Novo Horizonte



Sinopse: 

Vida de Espião não é fácil...
Annie Walker foi transferida de emprego, e no mesmo momento que encontrou o amor da sua vida. Será que ela consegue não misturar sua vida pessoal, pela profissional?
E como será estar em outro departamento, com novas regras!
Novo Horizonte traduz o que nossa espiã viveu! Qual preço da liberdade?



| Suspense| Ação| Biografia |  + 13 anos

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Capítulo 1: Annie...CIA


Washignton D.C. 3 anos e 6 meses antes,


(Lena) Quantos agentes podem fazer o que você faz? Cumprir as missões, corromper informantes, se manter calma em situações de perigo. Saber usar uma arma para matar?


Faço que não sei com aceno de cabeça.


(Lena) Não muitos. E desses quantas são mulheres? O número é ainda menor. Eis o que eu acho. Creio que não esteja sendo bem utilizada na DPD


(Annie) Estou fazendo o que me mandam fazer.


(Lena) Não acredito nisso, e você acredita mesmo nisso? É o que eu devia dizer, mas é besteira.


(Annie) Parece que sabe muito sobre mim.


(Lena) Não de um jeito estranho. Mas sei sim. Sei que foi muito difícil passar pelo que passou.


(Annie) Com todo respeito, não acho que sabe como eu me sinto


(Lena) Nairóbi, 1998, eu era uma jovem agente, mais nova que você quando uma bomba explodiu na Embaixada. Conheço a sensação terrível de ser derrubada por uma parede de calor e aquele cheiro de queimado que não dá para descrever e nem dá para se livrar.


(Annie) E por causa disso trabalho para você agora?


(Lena) Não, você trabalha comigo! Você se arrisca nas missões. Eu trato você como igual. Um dos princípios contraditórios de Langley, que não existia na minha divisão é a falsa hierarquia.


(Annie) Tem outros?


(Lena) Tem. Por exemplo, os homens são encorajados a dormir com alguém para obter informações. Já as mulheres? Nem tanto. Teme que fiquemos envolvidas emocionalmente.


(Annie) Ninguém nunca pôs dessa maneira antes.


(Lena) Por que você é mulher!


Lena coloca um pedaço de papel na minha frente, em cima da mesa.


(Annie) O que é isso?

(Lena) É uma senha nível 16. Quero que faça uma checagem na ficha de uma pessoa chamada Simon Fischer. Vamos nos encontrar amanhã de manhã e falamos sobre isso. Decorou?


(Annie) Decorei.


Ela pega o papel, queimando-o com a vela que estava enfeitando a mesa do bar.


(Lena) Sei que só conhece a DPD, mas há outros modos de fazer as coisas. Você verá.


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E é assim que minha história começa, talvez seja um erro contar coisas que vivi, me abrir a tal modo. Minha irmã Danielle sempre diz que quando abrimos muito nossa vida para as pessoas, estamos dando margem para que elas se metam, julguem sabe? Mas, confesso, não importo muito com a opinião alheia, sempre tão donos da verdade, achando que tem fórmula mágica para tudo, sem reconhecer que não sabem de nada, nenhum de nós sabemos.


Vamos vivendo nossas vidas, fazendo nossas escolhas e sofrendo as consequências nesse enorme mar da vida. Deixando a filosofia de lado apenas por um momento, voltando para essa fase, quando conheci Lena Smith, fui trabalhar para ela.


Lena foi muito importante para mim. Responsável pelo meu crescimento como Espiã, ao mesmo tempo, me causou muita dor, a maior de todas, que é a perda de uma pessoa amada.
Abriu meu horizonte, me mostrou outras formas de cumprir missões, inclusive, me dando carta branca para agir, e até mesmo planejar cada detalhe preliminar das missões.


Consegui acessar a ficha do Espião Russo, levei para ela as informações conforme o combinado, e, contrário de Joan, que fala nas reuniões enquanto todos abaixam a cabeça, apenas escutando, Lena, gostava que eu me metesse, falasse, explicasse minha opinião e, inclusive perguntava “e o próximo passo, Annie? O que faremos?” Em pouco tempo, e eu estava adorando fazer parte daquele Departamento.


(Lena) Você nos achou.
(Annie) Achei. Onde está minha mesa?


(Lena) Primeira Lição: Agentes não tem mesa, agentes devem estar em missões, vir até aqui o mínimo possível, É o que eu faço, venha. O que descobriu sobre Simon Fischer?


(Annie) Um investidor de risco, formado em Cambridge. Nasceu na Rússia, foi para Inglaterra ainda criança quando os pais deram um golpe para recuperar a fortuna da família, o pai morreu, e a mãe viajou com ele pelo mundo.


(Lena) Ou seja?


(Annie) Ela era espiã da KGB.


(Lena) Então ele tem sangue espião. Você quis ajudar seu País, foi para o campo de treinamento, ele nasceu lá.


(Annie) Que bela maneira de passar a infância.


(Lena) Fantástico, não? O jeito que ele mata indica que ele foi treinado pela marinha russa.


(Annie) O jeito que ele mata?

(Lena) Não estaríamos investigando se ele não fosse muito perigoso.


(Annie) Ele comprou terras, diversas localizações na África, com Empresas Fantasmas.


(Lena) O que nos leva ao centro do problema, ele está comprando terras em Países pobres, muito dinheiro com nenhum escrúpulo. Isso nos preocupa.

(Annie) Imagino. Qual a missão?

(Lena) Diga você. Aqui nós trabalhamos juntas .. elaboramos as missões juntas. O que você quer fazer?


(Annie) Eu quero conhecê-lo.


(Lena) Sabia que ia sugerir isso (...)



Minha primeira Missão, Simon Fischer, ao que tudo indicava era uma espécie de Bon Vivant, perdeu o pai quando ainda era criança, se mudou bastante com a mãe, que possivelmente ela era espiã da FSB. Como Lena colocou bem para avaliarmos o perfil dele, eu escolhi ir para CIA, quis ir para Campo, ele nasceu em Campo. Teve treinamento com Exército do Oriente Médio, e a forma que matava seguia a linha FSB Vympel  Fource (Marinha Russa) . Fluente em 4 idiomas: Russo, Inglês, Árabe e Alemão.


Ele estava no nosso alvo, porque ficou rico em um período curto de tempo, e, era famoso por comprar lugares imensos, terrenos ditos de ninguém, em meio ao coração das cidades. Também haviam boatos que comercializava armas e drogas, fazendo transporte direto, essa ligação do Ocidente ao Oriente.


Simon estaria numa viagem no Marrocos, para negociar uma nova Compra de Terreno.


(Lena) Annie, o que você quer fazer?


(Annie) Eu quero conhecê-lo!


(Lena) Sabia que ia sugerir isso. Não esperava outra coisa de você. Assim que se fala! Walker bem vinda ao verdadeiro mundo da espionagem. Onde tudo é permitido, tudo é possível para conseguirmos o que queremos. E o que você quer?


(Annie) Conhecer Simon, me aproximar dele..


(Lena) Ficar próxima a ele?


(Annie) O quão próximo?


(Lena) O suficiente para destruí-lo. Posso contar com você, Annie?


(Annie) Considere feito.




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Capítulo 2 - Missão Simon Fischer



Marráquexe, Marrocos



Nem nos meus sonhos imaginei um dia ter uma missão dessa forma. Assim que o avião aterrissou em solo Africano, um frio no meu estômago, por causa da forte adrenalina, misturado com o calor do lugar, me fez suspirar. Era a primeira vez que alguém na CIA tinha me dado total apoio numa missão, essa autonomia, e, dito apenas “traga resultado”. Eu sou boa trabalhando sob pressão, desde o começo na agência, a cada momento que colocava minha vida em risco, só parava quando tivesse a certeza que não tinha mais nada a ser feito, que esgotaram todas as possíveis ações a respeito de alguma tática.


Temos a cultura de estarmos sempre preparados para o pior. Como se a vida fosse uma eterna guerra e não importa muito que lado você está, apenas faça o seu trabalho, seja alguém audacioso, uma pessoa de sucesso. Cultura arraigada nas ideias de um mundo melhor, aquele velho pensamento de “Sonho Americano”, estamos na América, então sorria. Aqui temos emprego, dinheiro, sucesso e tudo que precisamos.


Mentiras que exportamos feito pragas em plantações. Muitas pessoas compram essa nossa ideia, realmente almejando melhoria de vida, esse resultado que nos filmes parece fácil, e, por vezes não alcançamos na dura verdade do nosso cotidiano.


E o que dizer das jovens garotas, que sonham com seu príncipe encantado? Os sonhos apenas mudaram um pouco de cor, hoje esperam um homem ainda leal, companheiro, cordato, mas ao invés de vir galopando em seu leal cavalo pode estar de moto ou carro do ano, se for rico? Ainda melhor .. quem de nós nunca idealizou um casamento, se viu com um vestido branco, subindo ao altar segurando um belo buquet de flores feitos sob medida? Quem de nós, nunca olhou um desconhecido na rua, sorriu para ele, pensando que quem sabe, se a vida os apresentasse poderia dar samba?


Eu não.
Nunca fui romântica a esse ponto, melhor dizendo, não me permiti ser.
Sabia que o amor verdadeiro existi, acreditava piamente nisso, apenas, não me iludia pensando que ele fora feito para mim. Enquanto minhas amigas na escola olhavam para o lado, pensando qual seria o melhor par para o baile, eu estava preocupada em aprender alguma nova língua, viajar, conhecer o mundo, ser livre, leve, solta e .. feliz.


Não vou dizer que nunca tive namorados, porque eu estaria mentindo.
Fui muito paqueradora, curtia a parte inicial, aquele nervosismo, pensar se era correspondida, como seria o beijo daquele rapaz, coisas triviais quando se é jovem, super natural, inclusive eu diria, mesmo que meu pai tenha atrapalhado um pouco eu e minha irmã, nesse quesito, mas a gente dava um jeito de escapar e aprontar muito.




Nossas vidas são definidas por momentos. Principalmente aqueles que nos pegam de surpresa .- Bob Marley



Não demorou muito para chegar no centro de Marraquêxe, eu estava com um carro alugado. No primeiro momento, minha missão foi de reconhecimento, pois precisava saber os horários dele, rotina, claro que não podia perder muito tempo, precisava atacar,  ir logo para a aproximação, porque, corria o risco dele fechar negócio e sair da cidade. Sabotei os freios do carro, cortando a conexão com o painel, para quando eu freasse a luz não acendesse. Sabiamente aguardei para ter a certeza que Simon se aproximava com seu carro importado. Estrategicamente posicionada com meu carro na frente do dele, dei a partida de forma cautelosa, andando por aquelas ruas apertadas, aproveitando uma cortada de um motorista situado na minha frente, para frear sem aviso prévio. O carro de Simon bateu em cheio na minha traseira.

Segurando o riso, era meu momento de atuar. Fingindo estar muito brava, olhei no retrovisor o homem sair do carro, falando a língua nativa, o árabe pedindo desculpas, se sentindo todo culpado pela colisão.  Ainda mostrando estar bastante brava, falei em inglês.


(Annie) Olha por onde anda!

(Simon) Americana? Desculpa .. Eu sinto muito não vi você frear. - Ele logo começou a falar em inglês, mostrando que sabia meu idioma.


(Annie) Sim, e eu freei.


(Simon) É alugado?


(Annie) Claro que é alugado.


(Simon) Não se preocupe.. eu vou dar um jeito em tudo.


(Annie) Acho bom. - finji um quase desmaio segurando na porta do carro para evitar cair.


(Simon) Ei, você está bem?


(Annie) Estou ótima..eu... - novamente quase caindo, e ele me segurou, sussurrando apenas por estar tão perto do meu corpo.


(Simon) Vem comigo, deixa que meus homens cuidam dos carros .. eu vou comprar uma água para você, e o que mais desejar. Vem.


(Annie) Obrigada.


E foi assim que conheci Simon Fischer. O bandido mais educado, lindo e perfeito do mundo. Enquanto realmente seus empregados davam um jeito de acabar com aquela bagunça causada pela batida, nós estávamos conversando em uma lanchonete, tomando água e chá, e falando muito a respeito de viagens e lugares para se conhecer. A afinidade foi tanta, que trocamos nosso passaporte, para ficar se gabando quem viajava mais, contei e escutei histórias a respeito dos carimbos, até a manchinha de café em uma das minhas páginas (viagens) rendeu risadas.


Não sei por quanto tempo ficamos ali, a conversa estava fluindo, o encontro estava gostoso, quando um casal de alemães se aproximaram da mesa, conversando com ele, pedindo ajuda para entender um mapa. Achei aquilo estranho, ainda mais a forma que logo Simon se prontificou a ajudar. Disfarcei, virando levemente meu rosto, evitando encarar o casal de turistas, e por mais que eu tivesse entendido toda a conversa, fazia cara de paisagem, forjando que não, para meu próprio bem, afinal, eles mudaram o foco do assunto, antes, era sobre o mercado da cidade,  se por ali existia algum oásis e depois falaram sobre armas, sobre se encontrarem mais tarde no armazém.


Verdade seja dita, meu dedo podre para escolher possíveis amantes revelava que meus instintos não estavam me traindo. Eu estava encantada por Simon, consequentemente, ele era sim, uma ameaça, e a partir dali o plano era não ter plano, teria que fazê-lo se apaixonar por mim, desejar estar comigo, compartilhar qualquer informação, para que eu passasse para CIA. Nesse ramo nada é garantido, mas, eu me empenharia ao máximo para ter êxito, nessa primeira missão no novo Departamento.


Quando o casal foi embora, voltamos para nossa conversa amistosa, não tardou muito para escutar convite dele, queria dar uma volta comigo. Fomos no carro dele, melhor dizendo, um novo carro que o empregado havia conseguido. Dispensou o motorista, nos conduzindo para o deserto.


Momentos tensos foram esses, imaginem vocês! Eu estava numa cidade nova, com um desconhecido, que ainda por cima tinha um histórico de Espionagem e assassinato. Fomos para um Oásis, soube que aquele pedaço todo de terra era dele, recém comprado, foi o que disse. Apontando aquele imenso lugar, explicou.


(Simon) Que acha?


(Annie) Aqui é lindo ..


(Simon) É meu, acabei de comprar. Pretendo fazer uma reserva, ajudar a população.


(Annie) Sempre dá certo?


(Simon) O quê?


(Annie) Essa tática, levar uma garota para sair, dizer que é rico mas tem um coração de ouro.


(Simon) Não sei .. me diz você?


(Annie) Eu acho que quero mais água, vou buscar no carro, você quer?


(Simon) Eu acho que quero água.


Fui correndo pegar água, e me assustei, porque ele apareceu atrás de mim, me beijando pescoço, tocando meu corpo todo, não pude evitar, quando me dei conta estávamos num clima irresístivel. Namoramos um pouco ali, mas tivemos que sair porque estava ameaçando uma tempestade de areia. Correndo bastante, ele dirigia preocupado. E a primeira falha em meu disfarce acontece, porque, tiro os sapatos, pegando minhas meias para colocar no cano do carro, pedindo que ele diminuísse a velocidade. Surpreso, ele faz o que eu peço, e quando, nos salvo da tempestade, me conduz ao hotel 5 estrelas que estava hospedado.


(Simon) Fica a vontade Annie.. pode pegar uma toalha.. tirar a areia do corpo, eu vou tomar uma ducha.


(Annie) Obrigada ..


Olhando o hotel, ligo a televisão para me distrair. Percebo em cima da mesa dois passaportes, quando me aproximo para olhar, fico em choque, era do casal Alemão, que estava na lanchonete, deduzindo que eles seriam mortos, ou sequestrados, pelos homens de Simon. Por pouco, não sou flagrada por ele, que aparece enrolado na toalha, olhando para mim, com um sorriso encantador.


(Simon) Então, não quer se juntar a mim?


(Annie) Eu acho .. que tenho um tempinho!


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(Televisão - Jornal Local)


Encontrado mortos degolados, um casal de turistas que ao que tudo indica são Alemães, sem documentos, sem registros de entrada e saída em hotéis da cidade, aguardamos qualquer informação que possa ajudar a polícia com esse crime.


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Capítulo 3:  Romance no ar!


“O amor acontece, ele simplesmente acontece, e não tem como fugir” . - Annie Walker



Um breve resumo do que aconteceu.


Pela primeira vez eu estava numa missão onde valia tudo para conseguir informações, isso implica dizer que me envolvi sexualmente, algo que nunca tinha acontecido. Conheci Simon no Marrocos, transamos e o que nem eu nem ele prevíamos, era que a vontade de se ver aumentaria. Eu tinha o respaldo que estava numa missão, então, quando ele me ligava, da linha segura o ramal falso do Smithsonian, eu parava tudo que estava fazendo para falar com ele.
Nossos encontros eram avassaladores, e os motivos os mais variados. Desde “eu havia trazido o carregador de celular dele, então teria que ir onde ele estava para devolver”, até “que em Paris estava tendo liquidação de sapatos, e como eu adoro ele queria me presentar”.


Mas eu não tinha tido a experiência de tê-lo no meu jardim de casa, como brincamos ao falar de ter missão em nossa cidade. Ele não tinha vindo para Washington, o que era mais fácil para administrar. Não é segredo para ninguém, que quando você está fingindo ser uma outra pessoa, precisa estudar o personagem, as características, e mantê-las durante toda a encenação.  Eu estava nesse teatro com Simon por longos meses, há 9 meses, e a última coisa que desejava era colocar essa missão a perder, ser obrigada a abortar, pior ainda, caso fosse descoberta, Lena me obrigaria a fazer trabalho burocrático, porque, missões de campo seriam proibidas para mim, afinal, eu estava usando meu nome “Annie Walker” e o meu disfarce do Departamento de Aquisições do museu.Todo espião sabe que vestir o disfarce, atuar fora de casa, onde as coisas já são diferentes, as rotinas variadas que o cotidiano flui melhor.


Nossos encontros eram todos na base de relógio e calendário, nossa marca era de 14 horas em Marráquexe (Marrocos), 3 horas em Berna (Suiça), 23 horas e 40 minutos em Paris. Ele me ligava praticamente todos os dias, para me dar bom dia ou boa noite, para dizer que sentia saudades, e contar sobre como foi seu dia. Era gostoso, ficamos nessa troca por bastante tempo.


Simon veio sem pedir licença, num momento que eu estava carente, não estava saindo com ninguém porque meu pretendente não sabia que eu existia, ou melhor, que eu desejava um namoro com ele, e estava por sinal noivo de outra garota, tinha ido para África atrás dela, Auggie sem saber havia cortado todas as minhas esperanças de relacionamento. Não sei se foi apenas fraqueza, ou vontade de ter alguém, apenas aconteceu, nos nos envolvemos.



Se existisse um caderno onde anotaríamos coisas tolas que nunca devemos fazer, com certeza a primeira coisa é um espião americano não se envolver emocionalmente com um espião russo, mas eu confesso que não li esse caderno, na verdade, acho que esse caderno nem existi.


Eu estava em casa mimando Danielle quando recebi uma ligação de Simon, em meu celular, ele falava todo empolgado dizendo que estava no museu esperando por mim, que tinha vindo por motivos de trabalho para Washington, e, gostaria muito de me ver, seus planos era conhecer minha casa, ficar esse tempo comigo. Em choque, sem saber o que dizer, falei que estava descendo para vê-lo.  Eu sabia que minha irmã ficaria muito chateada, porque, era sua última semana em D.C., ela e a família se mudariam para Los Angeles, onde Michael, o esposo dela, já estava por sinal. Mudanças de plano, fugi de Danielle, e fui até o museu. Pelo caminho combinei com Lena Smith, pedindo um Help. Não podia comprometer meu disfarce, nem levar Simon para mim casa, só nos restava o improviso.


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Em tempo recorde, enquanto busquei Simon no museu, andando meio que em círculos para enrolar, paramos para fazer um lanche, nesse momento, os agentes de Lena conseguiram um apartamento, com decoração, foto de uma loirinha quando criança, tudo que levasse a crer que era realmente a minha casa.


Através de torpedos pelo celular, ela me informou que as chaves estava com o porteiro, me falando o nome dele. Quando entrei no prédio com Simon, cumprimentei o porteiro, que veio logo com as correspondências,  junto estava a chave. Tudo parecia perfeito, apesar de eu estar nitidamente nervosa.


(Annie) Então? Você é sempre cheio de opinião.. não vai falar nada? O que achou?


(Simon) Eu gostei, só fico pensando como consegue usar todos esses sapatos.


Rindo ele apontou o closet cheio realmente, muitos que eu usava em missões. Sorri para ele, mas fomos interrompidos pelo meu celular, era Danielle, que estava brava porque eu pedi a pizza e não fiquei para lanchar com ela. Simon percebeu a saia justa que fiquei, e, quando desliguei ele comentou.


(Simon) Problemas?


(Annie) Sim, acho que eu vacilei com minha amiga.


(Simon) No mundo somos malabaristas, vez ou outra acaba que deixamos algo cair.


(Annie) Sim, eu acho que deixei algo cair.


(Simon) Vamos jantar? Estou com fome..


(Annie) Claro. Vou preparar algo para gente, rapidinho!



No dia seguinte, tomamos café da manhã na esquina ali de casa, que por coincidência quem morava ali perto era o Detetive do FBI Vincent Mossabi. Ele estava procurando um bandido que estava na América, por sua vez eu sabia que o contato desse bandido era Simon. Trocamos informação, sem que eu falasse exatamente sobre Simon.


Quando ele saiu do café, Simon voltou do banheiro, e conversamos coisas triviais, aqueles nossos assuntos intermináveis que ambos curtiam, sobre viagens, família e trabalho. Ele teria uma reunião ao meio dia, e eu, menti que ia para o museu.


(Simon) Saímos no meio da noite, imagina eu e minha irmã, duas crianças cheia de medo, sem saber o que estava acontecendo. Pegamos o que deu para pagar. Me lembro que meus pais tinham um baú, quando perguntei o que tinha dentro ele apenas me disse “Simon, é a nossa arma secreta”. E aquilo nos encheu tanto de confiança, que muitos anos depois fomos saber o que tinha dentro.


(Annie) E o que era?

(Simon) Roupas.. apenas roupas, acredita? Pensei ser alguma arma, mas era apenas roupa. Não foi o objeto que nos manteve a salvo, foi o que ele representava.


(Annie) Entendo.


(Simon) E você? Se lembra algo do seu pai.


(Annie) Lembro que mudávamos muito porque ele era militar ..e eu odiava mudar, perder a referência sabe? Então, cada lugar que saíamos, ele me entregava um cartão postal, não dizia nada, mas eu sabia que era para guardar, para lembrar os lugares que moramos.


(Simon) Uau..


(Annie) E isso vindo do meu pai, era muito, o máximo sabe? Que ele podia fazer .. para me proteger.
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O FBI não conseguiu prender Simon, nem o comparsa dele, porque armaram, eu estava junto, só que escondida, e é claro, que Vincent me culpou pela Operação ter sido frustrada. Lena Smith, estava com medo, pensando em me tirar dessa missão, alegando que eu tinha descoberto muitas coisas, mas ter Simon ali, fez ela pensar nos riscos que eu, a CIA e minha família estávamos correndo. Direta ou indiretamente, Lena e eu desde o começo investigamos sobre Simon, mesmo que agora, descobrimos que várias outras agências também estavam fazendo isso. A preocupação dela comigo, não era a troco de nada, porque, Eyal Lavine, um agente da Mossad (Espião Árabe), tinha me entregado um dossiê de Simon Fischer, contendo fotos minha com ele. Estar sendo fotografada junto do espião russo, me tornava também um alvo.



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Capítulo 4:  Ele está apaixonado por você!



(Simon) Quais são seus planos para o final de semana?


(Annie) Não programei nada, porquê?


(Simon) Quer viajar comigo? Estava pensando em Cuba.


(Annie) Cuba?


(Simon) É, eu tenho negócios lá.


(Annie) E aquele papo sobre não misturar negócios com prazer!


(Simon) Estou revogando por tempo determinado. Ainda quer viajar comigo?


(Annie) Quero.


No quarto de hotel, passamos uma noite mágica, e teve reflexo no dia seguinte, aquele convite veio feito bomba. Por mais que tivesse me deixando completamente feliz, porque seria uma oportunidade de estar com Simon, sabia que não podia sair do País com meu passaporte, a CIA não liberaria, e eu teria que encarar minha chefe Lena Smith. Cada vez que meu relacionamento com Simon se intensificava, os cuidados eram redobrados. Ele não falava sobre seus negócios, eu não falava dos meus, e os dias iam passando.


Achei que em Cuba seria uma oportunidade perfeita, para espiar de perto esses terrenos que ele comprava, se é que, era esse negócio naquele País. Eu estava no escuro, apesar de ter conseguido algumas informações sobre encontros, reuniões e nomes de alguns dos seus aliados. Estava nessa missão há 5 meses, e ambos completamente entregues ao desejo, a grande amizade e afinidade que pairava sobre nós.


Nossos encontros se resumiam em quantas horas passaríamos juntos, sempre em quarto de hotéis, em várias lugares do Mundo. Entre uma reunião ou outra dele, sempre preso com o trabalho, um verdadeiro homem de business. Agora sabia um pouco mais a respeito da sua vida pessoal, que tinha uma irmã mais velha, que em suas costas havia uma tatuagem, a princípio pensariam que era de uma constelação,  a Ursa Menor, mas, me explicou que aquele desenho era diferente em homenagem a algum especial. Não falou mais detalhes, e resolvi não perguntar, talvez por medo, em saber se ele tinha outras mulheres em sua vida, se amou alguma outra pessoa.



(Simon) Nosso próximo encontro será a viagem, e enfim, teremos o final de semana, pensou nisso? São 48horas nosso recorde.


(Annie) Sim, pensei! Será perfeito. Eu te ligo ou você ..


(Simon) Eu ligo.


Nos despedimos e fui embora para Washignton. Por causa do fuso horário, cheguei bem cedo em  D.C., sabia que aquele horário encontraria Lena Smith na casa dela. Por mais que a morena tivesse me olhada surpresa em me ver, foi logo me convidando para entrar, oferecendo café, e eu, falei o que desejava.


(Annie) Simon me convidou para ir para Cuba.


(Lena) Ele convidou você?


(Annie) Eu .. gostaria de ir. Você sabe o quanto estou dando duro nessa missão.


(Lena) Sim, você é muito dedicada! Está pedindo autorização da CIA?


(Annie) Estou.


(Lena) A CIA não apoiará .. você sabe disso.  Ela não vai autorizar que eu mande um agente para aquele País, sabe que temos muitos problemas e acordos por lá.
Mas você veio pedir autorização ou me contar que irá?



Entendendo a jogada de Lena, que sabia que a CIA não daria apoio, mas ela me ajudaria as escondidas, seria uma missão sem registro, apenas onde eu e ela saberíamos dessa viagem. Respondo o que ela queria escutar.


(Annie) Contar para você.


(Lena) Perfeito Annie .. Quando viaja?


(Annie) Eu preciso de um passaporte, se eu sair da fronteira com o meu, a CIA terá registro.


(Lena) Eu conheço uma pessoa que pode te ajudar.


(Annie) Simon conhece meu passaporte, precisa ser idêntico, com todas a manchas e carimbadas.


(Lena) Ok, considere feito. Vou arrumar para você Annie.. e boa sorte, qualquer coisa, me liga.


(Annie) Obrigada.


Conforme combinado Lena me entregou o passaporte um dia antes da viagem, me despedi de Danielle, comentando que o museu novamente me levaria para algum lugar interessante, apertei minhas sobrinhas prometendo trazer presentes, e, fui com Simon, rumo para Cuba.


Evitamos grandes aeroportos, e para meu alívio o passaporte passou. Assim que chegamos em nosso destino, fomos recepcionados por um empregado dele. Surpresa quando nos entregou um capacete, entendendo, que naquela cidade, ele gostava de pilotar sua moto envenenada. Na garupa, ele me mostrava alguns lugares, curtindo cada momento da viagem.
Não demorou muito para chegar na mansão onde se hospedava sempre que vinha à Cuba, Simon pediu meu passaporte, foi uma exigência que tive que acatar.


(Simon) Que foi Annie? Está pensando em fugir de mim? Aqui é perigoso .. vamos deixar os passaportes no Cofre.


(Annie) Não irei para lugar algum .. imagina.


Ele sorriu e não tocamos mais nesse assunto. A tarde passou de forma agradável, quando Simon teve que se ausentar para ir até uma reunião de negócios, disfarcei, esperando-o se afastar e o segui. Encontrando mais um de seus negócios obscuros. Era uma antiga base militar, agora desativada, que estavam usando para testar satélites, rádios, essas engenhocas que não entendo muito. Saí correndo com medo que Simon ou seu chefe, pudesse me encontrar e meu disfarce ser descoberto. Assustada corri até um orelhão público ligando para Lena para contar minha descoberta. Ela ficou muito feliz, pediu que eu voltasse para Washington, porque não queria que eu me arriscasse mais. Concordei.


A noite foi muito gostosa, entre salsa, risadas e declarações. Maria, a moça esposa do chefe de Simon, estava empolgada com nosso relacionamento, alegando que nunca viu ele tão feliz, em toda a sua vida, me parabenizando. O chefe dele me chamou para uma dança, por mais que Simon tivesse tentado me livrar não tive alternativa, e fui obrigada a dançar. Aquele homem era nojento, e eu estava com muito medo do seu olhar fuzilante. Sem meias palavras disse que eu não tinha nada que estar ali, e, que era melhor eu ir embora. Me afastei, alegando estar indisposta. Simon me procurou no quarto.


(Annie) Acho que nos precipitamos Simon... estamos indo rápido demais.


(Simon) Ok ..


Ele nem parecia ter concordado mesmo, porque pegou minha mão que estava no ferro da cama e conduziu meu corpo até o seu, nossos olhares se encontraram, e nos amamos a noite toda.




No dia seguinte outro susto. Chefe de Simon vem para ir conosco em nosso passeio, dessa vez de carro. Eles me levam para uma fábrica, onde ali mesmo também funcionava como escola para criança carentes, e, entrando ainda mais, eram os armazéns, onde Simon e seus homens apagavam provas, matavam pessoas, exterminando traidores e qualquer pessoas que consideravam ameaça.


Naquele momento eu era ameaça!
Simon me fez entrar em um dos armazéns, preocupada, sabendo do meu destino, chamei por ele, pedi que entrasse antes, mas, ele insistia que eu fosse na frente. Quando entrei a porta se fechou por trás de mim. Vi uma sombra, abaixando aproveitando um buraco que tinha na porta, vi quando Simon tirou da bolsa um canivete e cortou o pescoço do chefe, antes que ele pudesse puxar a arma para me executar.


Ele abriu a porta, e vi seu chefe caído no chão, ainda em choque.


(Simon) Vamos.. anda, temos que ir embora agora!


Apenas consenti com aceno de cabeça, saímos correndo, desesperados. Quando chegamos no hangar dele, ambos sem saber o que dizer exatamente, estávamos assustados, nos abraçamos, foi ele que quebrou o silêncio.


(Simon) Isso é para você .. é um cartão postal para que você lembre dos lugares que passamos, que estivemos juntos.


(Annie) Obrigada.. por tudo.


(Simon) Eu vou te procurar, Annie Walker.


(Annie) Estarei esperando!



Ao voltar para D.C. me encontrei com Lena Smith no parque. Conversamos sobre a missão, sobre o que Simon havia feito, que era ter matado seu superior para me defender. Ela ficou besta, realmente surpresa, empolgada me esclareceu.


(Lena) Isso é ótimo..menina, nossa.. ele ama você, está completamente apaixonado por você.


(Annie) Acha mesmo?


(Lena) Claro que sim, ele matou o superior dele, que espião faz isso, Annie? Se arriscou levando você para Cuba, quando percebeu te protegeu. Perfeito. Parabéns.


(Annie) Só isso? Acabou.


(Lena) Acabou de começar .. Parabéns e continuamos na missão Simon.



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Capítulo 5 - Uma decisão difícil!



Quando voltei da viagem com Simon,  Auggie me chamou para entrar, praticamente invadir a casa de Jai Wilcox, nosso amigo também agente que tinha sido morto. Na ocasião, por sinal, Jai havia me chamado para revelar algum segredo que descobriu sobre a CIA, queria mostrar que não devíamos crer 100% no sistema. Não teve tempo de me contar nada, porque, ao chegar em seu carro, abrir a porta, ele explodiu. Era para eu ter morrido com ele, o que me salvou foi um guarda chuva, que esqueci na mesa, e voltei para buscar quando a garçonete chamou minha atenção. O irônico dessa história, é que minha irmã Danielle, que insistiu para que eu levasse o objeto, e nem choveu naquele dia.


Auggie tinha conseguido a chave da casa de Jai, com o pai dele Henry Wilcox, um ex agente da CIA, que fora diretor, e estava preso por traição, depois, por sinal, conseguiu provar sua inocência, melhor dizendo, manipulou o sistema e foi liberto.


Chegando na casa de Jai, que nem Auggie nem eu conhecíamos, porque é política da Agência, evitarmos conversas pessoais, não mostrar onde moramos, evitar falar da nossa vida e família, contato restritamente profissional. O apartamento dele, era organizado, apesar que esperava mais, por ser de uma família de posses. Adentramos o quarto, e foi um choque, porque parecia aqueles acampamentos de filmes, onde psicopatas colam recortes de jornais, desenham por cima coisas. Todos os lados, nas paredes, tinha material referente a Simon Fischer. Auggie percebeu que algo estava errado, por causa da minha respiração ofegante, causada pelo choque, e ao segurar minha mão perguntou.


(Auggie) Temos mesmo uma revelação?


(Annie) Auggie .. chama Arthur .. Jai estava investigando um terrorista, Simon Fischer.


(Auggie) Simon Fischer?


(Annie) Eu .. eu o conheço Auggie, me dediquei a ele .. na missão com Lena Smith.


(Auggie) uou .. isso é grande! Me diga Annie Walker, eu devo me preocupar com o que está vendo aqui, e com, essa sua missão?


(Annie) Auggie, é algo .. muito.. muito grande! Se Jai estava investigando alguém que Lena me pediu para investigar, e, se ele queria me contar algo das descobertas .. sim, temos muita coisa para nos preocupar.


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Entrando de forma discreta no prédio de Jai, olhando as poucas pessoas por causa do horário, muitas estavam dormindo. Bato na porta, Auggie atende.


(Auggie) Você precisa ver isso! É importante ..


(Arthur) Espero que seja para me tirar da cama ás 5 horas da manhã.


Ao adentrar o cômodo analisa a parede, acenando para Annie, e em seguida informando sua decisão sobre aquelas evidências.


(Auggie) Simon Fischer, espião russo, Jai estava investigando ele.


(Arthur) Vejamos o que temos aqui .. Eu não conheço esse cara.


(Annie) Arthur .. Eu o conheço! Simon Fischer .. ele foi, ele é minha missão no Departamento da Lena Smith.


(Arthur) Como é que é? Lena enviou você numa missão para investigar o mesmo homem que Jai estava investigando? Dois departamentos diferentes procurando a mesma pessoa? Annie, você vai precisar de muito café.. preciso que você organize Relatórios de cada missão tática, cada informação que conseguiu, e, quero Lena Smith ao seu lado no meu escritório, tem 5 horas para preparar tudo, não se atreva a dormir antes de me entregar todo material. Auggie você vem comigo! Vamos levar para Langley essas fotos, escritos de Jai, tudo que aqui se encontra.


(Auggie) Tudo bem .. desde que eu possa dirigir.


(Arthur) Dentro de 5 horas, Joan Campbell, Auggie, Lena Smith, eu e você, Annie Walker, no meu escritório.


(Annie) Sim .. sim senhor!


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A Reunião na diretoria não foi das melhoras, acusações, tentativa de defesa, e Lena Smith lembrando que cada departamento tem sua autonomia. Consegui terminar todos os relatórios, sem saber Lena tirou algumas folhas, adulterando e omitindo informações. Sabiam que Jai tinha descoberto que um agente ali na CIA era traidor, era agente duplo, seu codinome: Pássaro Negro.


Pedi autorização para falar com Simon, alegando que ele me escutaria, que eu poderia chamá-lo para D.C. e contar toda a verdade sobre eu ser espiã. Arthur gostou da missão, me autorizando, todos sabíamos que era arriscado confiar num terrorista, num espião de outra agência, mas eu queria crer que o amor que Simon nutria por mim, não me abandonaria, que a CIA realmente poderia dar uma nova identidade para ele, para que nós dois pudéssemos ter uma vida juntos. Combinei o encontro, sem obviamente falar com Simon, que era uma armadilha. Por ser um local público, um shopping, apenas uns 3 agentes estariam espalhados disfarçados, e, Auggie me monitoraria com uma escuta.


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Furgão Missão Simon - Revelar a Verdade!


(Auggie) Annie .. você o ama?


(Annie) Que foi?


(Auggie) Simon, você está apaixonada por ele?


(Annie) Auggie.. me fala da missão?


(Auggie) Missão? Vamos lá .. você vai encontrar Simon Fischer no shopping, espero que ele não esteja armado, mas todo cuidado é pouco. Contará que é agente da CIA, algo que não é comum, porque raramente temos autorização para contar .. e .. espero que ele aceite vir para Langley, para os interrogatórios.


(Annie) Se ele não aceitar?


(Auggie) Se isso acontecer, vou falar para você se afastar dele, porque, um agente o abaterá.


(Annie) Auggie!


(Auggie) Regras são regras, Annie Walker.


(Annie) Simon vai me escutar ..e aceitar nossa ajuda.


(Auggie) Assim espero.


(Annie) Obrigada Auggie..


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Fugindo daquele assunto delicado com Auggie, eu não estava preparada para revelar que sim, que acabei me envolvendo com Simon Fischer. Nervosa, saí do carro, escutei Auggie no meu ouvido desejando boa sorte, podia perceber na voz do meu amigo, que ele estava apavorado, e não era para menos, eu revelaria para um espião assassino que o enganei quase 1 ano.


Parada no ponto marcado, perto do carrossel, olhava meu relógio de pulso, preocupada com o atraso dele. Escutei sua voz, acenei e fui ao seu encontro. Simon me pegou pelo braço, daquele jeito carinhoso brincando comigo, enquanto me levava para fora do shopping, que, inclusive, não era esse combinado com a CIA.


(Simon) Dessa vez qual a nossa desculpa? Ah, já sei, eu trouxe aquele shampoo que você disse que deixou seu cabelo macio e cheiroso, do hotel de Paris.


(Annie) Ei, foi você que disse isso, que gostou dele em mim.


(Simon) Nossa! Estou até me confundindo.


Quando os agentes espalhados pelo lugar, percebem que estávamos saindo pela porta lateral, um deles, de forma louca quebra o protocolo, sacando uma arma e gritando.


(Agente) Parado.. Simon Fischer..


No susto, Simon, corre me puxando para sairmos daquele lugar, e os outros agentes correm atrás de nós, atirando, assustando as pessoas. Corremos, pulamos em jardins vizinhos, e quando despistamos os agentes olhei Simon, foi ele que quebrou o silêncio.


(Simon) Eu preciso te contar uma coisa..


(Annie) Eu já sei ..


(Simon) Você também não?


Confirmei com aceno de cabeça, e, antes de falar qualquer coisa, tirei a escuta e pisei, não queria testemunhas, aquela conversa era entre eu e Simon. Auggie, no furgão, ficou chamando meu nome, querendo entender o barulho e porque perdemos conexão.


(Annie) Eu trabalho para CIA .. Simon, nós queremos oferecer segurança, para isso, precisa vir comigo para Langley, por favor .. venha?


(Simon) Desculpa Annie .. não posso, não irei.


(Annie) Eu posso te ajudar, pensa nisso! Não quer ser livre? Poder viver sem pessoas na sua cola?


(Simon) Segurança? Liberdade?


(Annie) Por favor, Simon.


(Simon) Annie .. eu amo você!


Após a declaração, ele saí correndo, fugindo de mim, mostrando que não iria colaborar, e eu o deixo fugir. Não preciso dizer que na CIA, as pessoas estavam preocupadas comigo, achando que Simon tinha me sequestrado, e quando cheguei correndo, cansada, contei que ele havia fugido. Joan me liberou, alegando que era para eu descansar, ir para casa. Auggie, estava aborrecido, ele sabia que eu havia quebrado a escuta, sabia que eu tinha libertado Simon, mas, não contou para ninguém.


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Em casa recebendo ligação de Auggie.


(Auggie) Annie.. venha correndo para Langley .. estão acusando você de ser o Pássaro Negro, venha Annie. Lena Smith colocou você na reta, desculpa amiga, mas me ajuda a te ajudar.


(Annie) Eu .. estou indo Auggie.


Quando desligo o telefone, preocupada porque passaria novamente por uma investigação, percebo Simon na cozinha da minha casa, surpresa por ele estar ali, nossos olhares se encontram, ele sorri.


(Simon) Annie .. eu tentei esquecer você, tentei evitar você .. eu sabia que era da CIA, desde a primeira vez que vi.


(Annie) Eu posso realmente ajudar você!


(Simon) Não Annie, não vou me entregar para CIA, mas me entrego para você. Eu tenho uma conta com outro nome, tenho terrenos, venha comigo Annie! Vamos viver do nosso amor, pescar, ter uma vida! Novos nomes .. eu tenho documentação, tudo preparado.


(Annie) Vamos. Me espera preparar minhas coisas?


(Simon) Claro.


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Em meu quarto, ajeitando as coisas, vejo uma foto minha com Danielle, de quando éramos pequenas, penso em Auggie .. Joan .. ligando para Auggie.


(Annie) Ei .. Auggie.. me espera, estou indo para aí.


Voltando para cozinha, olhando Simon.


(Simon) Nossa, primeira pessoa que se muda e não leva nada.


(Annie) Simon! Eu amo você ... mas .. não posso deixar minha família..meus amigos.. eu não irei.


(Simon) Tem certeza?


(Annie) Sim.. eu tenho!


(Simon) Sinto muito, Annie .. por isso tudo.


(Annie) Eu não sinto .. fui muito feliz.


Simon percebe que uma pessoa trajando preto, com luvas e uma pistola na mão entra na minha casa, ele tenta me salvar, me empurrando, os tiros, dois, vão em direção ao seu coração, em fração de segundos, vejo Lena Smith, apontando a arma com silenciador em minha direção, mais dois tiros, dessa vez em meu tórax, me derrubando.


Ambos ali caídos, feridos. Lena Smith, constata tocando em Simon, ele estava morto. Olha em minha direção, saindo da casa antes de ser flagrada por alguém.




+++



Capítulo 6:  Nunca precisei de ninguém ... eu preciso de você!



Quando me levaram para o hospital eu não estava reagindo, a decisão dos médicos foram me operar para extrair a bala, na verdade, eles queriam abrir minha caixa torácica para que apenas depois, pudessem avaliar a forma que me auxiliar. Auggie de pronto apareceu no hospital, quem encontrou nossos corpos foi o entregador, que por sinal, estava levando para minha casa uma cesta de doces, biscoitos, feitos e enviados pela minha irmã Danielle.


Joan, Arthur, todos se sentindo culpados, ao mesmo tempo que ela e Auggie, tentavam provar minha inocência, alegar que eu não era “Pássaro Negro”. Soube, depois, que eles, inclusive, realmente chegaram a investigar, descobrindo que a traidora, a pessoa que era espiã Russa (FSB), e fazia jogo duplo na CIA era Lena Smith.


Passei por momentos de muita tensão. Por duas vezes fui animada com o aparelho desfribrilador, fiquei em coma 1 mês, e Auggie me visitava todos os dias. Segurava minha mão, conversava comigo como se eu ali estivesse, e estava, contava piadas, pedia minha atenção e até me contar alguns segredos.


(Auggie) Ei .. Annie .. está me escutando? Eu sei que as coisas esfriaram entre a gente, desde a viagem, aquela missão em Barcelona, estamos distantes e a culpa é minha. Preciso que você acorde, que você me ajude a te ajudar .. as coisas na CIA estão estranhas, e não quero que falem que você é traidora. Eu nunca precisei de ninguém, Annie .. eu preciso de você!


Enquanto estava no coma, eu meio que vivia num mundo paralelo. Talvez minha vontade de estar com Auggie, Joan, e minha família fosse tanto, que acabava “contracenando”, com eles, em momentos mais loucos. Como por exemplo, me via passeando de Corvette com Auggie, sendo, que ele estava dirigindo, em outro momento, Danielle fazia perguntas, enquanto eu era submetida ao polígrafo, e, uma missão com direito a dançar valsa com Auggie. Ele e Simon, inclusive me mostravam sobre o Pássaro Negro. Nessa festa, Auggie me rodava, me conduzindo até a lateral do prédio, onde, ela estaria.


Cheguei numa espécie de sala de espelhos, olhando meus reflexos, e escutei aquela voz, com o leve sotaque britânico, misturado com russo.


(Lena) Sabia que me encontraria ..


(Annie) Pássaro Negro!


(Lena) Você está tão cega em descobrir isso .. que não prestou atenção num fato. Somos iguais, Annie .. somos Pássaro Negro.


Lena apontou a arma em minha direção, primeiro atirando em casa espelho e sumiu. Em seguida surgiu atrás de mim, tampando minha boca, e nessa hora, no hospital, meu corpo estava na cama e Lena Smith estava tampando minhas vias respiratórias, tentando me matar. Auggie e Joan chegaram no quarto, com o corpo, Joan conseguiu afastar Lena de mim, mas, na briga levou a pior. Lena passou por Auggie derrubando-o também, e correu pelos corredores. Por mais que Joan tivesse ido atrás, enquanto Auggie pedia ajuda chamando enfermeiros, Pássaro Negro conseguiu escapar.


(Joan) Aqui é Joan Campbell.. fechem todas as entradas e saídas da nossa cidade.. Aeroportos, trens, qualquer meio de transporte, Lena Smith fugiu!


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Numa reunião da CIA, Joan, Arthur e Auggie, eles estão conversando sobre a fuga de Lena Smith, que Annie Walker, fora inocentada de qualquer denúncia, porque agiu de boa fé, fazendo o que sua superior hierarquia ordenou. O hospital liga informando que a agente tinha tido uma memória, ela acordara, mesmo que ainda estivesse fraca e sob efeito de remédios.


Minha recuperação foi para mim bastante demorada, por mais que todas as pessoas alegassem, que eu era forte, e estava exigindo demais. Tinha agora duas cicatrizes em minha caixa torácica, muita mágoa e ódio de Lena Smith, e culpa pela morte de Simon Fischer. Aquela mistura foi venenosa para mim. Acabei voltando para a CIA, para meu antigo Departamento DPD, porém, eu não era a mesma Annie Walker. Agora participava ativamente das reuniões, falando e confrontando Joan, algo que não acontecia no DPD. Pedindo que me enviasse em missões praticamente suicidas, que também, não eram aceitas, e aumentando a carga de treino com Auggie, alegando ser a minha fisioterapia.


Investigando, invadi a casa de Lena Smith, agora abandonada, caindo a ficha sobre os contatos russos dela, que, nesse tempo todo que eu trabalhei com ela, tinha sido manipulada, como se fosse um jogo de xadrez, ela estava jogando e nós, éramos as peças, fazendo exatamente tudo da maneira que ela programara.


Com mais raiva, pedi autorização para ir até Moscou, precisava seguir os rastros e encontrar Lena Smith. Oficialmente a CIA não autorizou essa missão, porém, Joan sabia que com ajuda ou não eu iria, e resolveu me ajudar, ou quase. Emprestando uma máquina fotográfica, numa visita na minha casa, Joan pediu que eu apenas tirasse uma foto, porque, se provássemos que Lena estava viva, o FBI poderia pedir para os Russos entregarem ela, para responder pelos seus crimes. Aceitei .. e .. Auggie me deu uma nova identidade, era um contato da CIA russo, que tinha sido morta, com endereço e nome, fui para Moscou.


A caça a Lena não foi fácil, mas fazendo um balanço geral, foi algo que eu precisava passar. Conheci Zarya Fischer, a irmã de Simon. Descobri que a homenagem da tatuagem nas costas dele, era para ela, e inclusive, ela me deu a chave do baú (cordão), daquela história que Simon me contou uma vez. Ela me perguntou se eu era “Annie Walker”, Simon, tinha falado de mim para ela, alegou que eu o fiz muito feliz, como nunca ela tinha visto ele.


Encontrei Lena Smith, através de um homem que também tinha sido espião Russo. Em resumo, fui até a Cabana onde ela estava se escondendo, conversamos, e por legítima defesa, a matei.


Fui presa por agentes russos, torturada ... com ajuda de Auggie (planejando minha fuga), e Eyal Lavine (executando a fuga), me salvei. Um agente da FSB, o meu torturador, acabou nos perseguindo enquanto tentávamos sair de Moscou. Nessa luta pela nossa vida, usando meus instintos, entendi que a preocupação dele, era sobre Simon Fischer, queria saber até onde eu tinha conhecimento das missões de Simon. Fiz um acordo com ele, eu daria o passaporte de Eyal, a identidade falsa dele, para que o homem fugisse, em troca da nossa liberdade. Porque, senti que ele não queria mais ser espião, e eu estava ofecerendo uma nova vida. Atirando para cima, ele mandou que a gente corresse, que nunca mais queria nos ver, aceitando a proposta.


(Eyal) Por que você não disse nada para ele quando foi torturada?


(Annie) Eu não estava tentando ser heroína não.. eu realmente não sabia as respostas. Foi estranho, porque eu estava dizendo a verdade, e ele, pensou que eu mentia.


Dentro de um barco de cargo, Eyal coloca uma coberta em cima de mim, enquanto ele fica em pé olhando meu estado.


(Eyal) Quanto tempo você não dorme?


(Annie) Não me lembro a última vez que dormi .. e engraçado, não tenho sono.


(Eyal) Eu vou dizer uma coisa com sinceridade, pela primeira vez eu tive medo de morrer. Quando aquele espião pediu que parassem o carro, nos levando para aquela mata, e você começou com seu discurso sobre dar uma nova identidade para ele, que ele era traidora, e a agência dele não tolera traidores .. eu juro, tive medo dele nos matar ali mesmo. E ..


Enquanto falava, Eyal olhava ao horizonte, quando virou sua atenção para mim, acabou rindo, porque eu estava dormindo, vencida pelo cansaço.


Ao voltar para CIA, tentei novamente me encaixar, apesar que Joan estava me aceitando em seu departamento, eu, que não me encaixava mais nele. Aprendi com Lena a ter autonomia, a pensar, criar tática de missão, e a DPD passou a ser, muito limitada para mim. A visão de fechar uma missão com êxito agora era questão de honra, e eu era capaz de tudo para conseguir. Nada mais era proibido, e foi nessa época que comecei a andar armada, achei necessário. Pedi transferência, visando um departamento como o de Lena. Recebi homenagens, premiações por ter salvo o Mundo, mesmo, que no íntimo eu estava ferida, pela morte de Simon. Vida de espiã .. realmente, não é fácil!


Não sou mocinha, não sou vilã .. sou apenas uma pessoa que ainda acredita que pode tentar salvar o Mundo. Ok, sei que não posso salvar o mundo, mas enquanto eu estiver prendendo bandidos, sabotando seus planos maquiavélicos, em resumo, sendo essa garota que aguenta o tranco, euWashignton D.C. 3 anos e 6 meses antes,





2 comentários:

  1. Eu acho que é a trilhonésima vez que leio essa fic...(ó, isso que é fã :p kkkkk brincadeira rsrs)li no doc, no site algumas vezes, aqui pra postar e agora...e eu não me canso! Acho tão eletrizante...e adoro tanto ler, ver o que se passa na cabeça da Annie...enfim, bom demais essas suas histórias!

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    1. hahahahah Adoro! Não lê muito não que vai enjoar. *brincando*
      Bjs

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