Missão Relíquia



Sinopse: 

Com quantas pessoas você pode contar? Quando se é espião, essa pergunta é ainda mais difícil de responder. Annie está sob custódia dos agentes federais dos EUA, e precisa de Joan. Será que Joan irá ajudá-la?

| Ação| Suspense| Amizade  + 16 anos
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Missão Relíquia

Capítulo 1: Advogada do Diabo



Joan’s POV:


(Joan) A esquerda, por favor...- Indiquei ao motorista do taxi. Levava comigo uma pasta preta de couro e um humor não dos melhores. As cinco horas da manhã havia recebido o telefonema de Vincent do FBI dizendo que Annie estava sob custódia deles e encontrava-se bastante estranha, como se não lembrasse o que havia ocorrido.  Não que Vincent tivesse me falado, mas naquele instante eu sabia que não me restava outra coisa, se não ir até ao encontro  deles. Arthur não ficou nada contente em saber que eu deixaria nossa cama antes do horário de ir para a CIA, porém tentei poupá-lo dos detalhes até descobrir o que de fato havia acontecido.


O taxi parou em frente ao quarteirão onde era localizado  o prédio do FBI e depois de entregar ao taxista algumas notas, deixei o carro. Suspirei, pela escuridão não deveriam ser nem seis e meia da manhã ainda. Marchei em direção a entrada do prédio em passos seguros, apesar de internamente não me sentir tão segura, eu não fazia ideia do que Annie havia aprontado para estar ali, mas eu tinha certeza de uma coisa, algo me dizia que não era nada relacionado às suas missões rotineiras na CIA.


Assim que adentrei ao grande prédio espelhado, mais vazio do que de costume, diga-se de passagem, pela adiantar da hora, reconheci o rosto familiar e as expressões zangadas de Vincent, como se já tivesse me aguardando.


O Detetive arrumou levemente seu cinto, puxando um pouco a calça para cima, num gesto que entendi que estava nervoso. Sem falar nada apontou a porta de uma das salas no corredor, para que eu me dirigisse acompanhando-o. Ficamos por um bom tempo assim, passando de sala em sala, aquele lugar mais parecia um labirinto.


(Vincent) Dessa vez ela não é prostituta .. nem uma parceria para mim. Annie Walker está bastante encrencada, senhora advogada, que possivelmente é a chefe dela na CIA. - Disse o rapaz de forma petulante, me olhando nos olhos.


Revirei os olhos com a provocação de Vincent.


(Joan) Agente Rossabi, …- Não precisei continuar, ele possivelmente percebera que eu havia reprovado  a afirmação a respeito da CIA. - Vamos ao encontro da minha cliente, afinal é para isso que estou aqui. - Respondi seriamente, passando os olhos por todo o caminho que fazíamos.


(Vincent) Cliente.. rum.. até parece. - Mesmo debochando, apontou a porta da sala que Annie estava. Suas mãos estavam algemadas num suporte na mesa, seu olhar era perdido, nitidamente ela estava apavorada. - Sua .. Cliente, senhora!



O encarei nos olhos mais uma vez, respondendo-o.


(Joan) Agradeço! - Entrei na sala que ele havia me indicado. Minha expressão severa era resultado da tentativa de controlar meus nervos, já que minha vontade era gritar o que Annie estava fazendo ali. - Senhorita, Walker! - Encarei Annie nos olhos, conforme me acomodava na cadeira a sua frente.




(Annie) Eles.. sabem que você é .. - Ela me olhava  dessa vez em meus olhos - Joan, por favor me ajuda.. eu não posso ser presa!


Apoiei a pasta que eu levava comigo em cima da mesa, encarando-a firmemente nos olhos.


(Joan) O que aconteceu? - Perguntei diretamente.


(Annie) Eu .. eu não sei, não me lembro direito. Eu estava numa missão sem registro...eu estava ajudando Arthur Campbell.


Eu pensava que a situação era complicada, mas a cada palavra que Annie acrescentava, o fato dela não saber o que havia acontecido, porém afirmar que era uma missão sem registro, ainda em nome de Arthur Campbell, tudo contribuía para a formação da bola de neve.


(Joan)...Uma missão sem registro? - Cerrei o punho, indagando baixo com o maxilar cerrado, como ela pretendia que eu a ajudasse assim? - Annie...- meus olhos se levantaram dos dela, encarando o agente do FBI que continuava fora da sala de braços cruzados, porém nos observando pelo vidro. Falei em um tom mais baixo. - Eu vou precisar saber de tudo...- Fiz uma pausa, voltando a fitar os olhos dela e acrescentei pausadamente. -...cada detalhe.



Eu conhecia Annie, sabia que ela falaria se soubesse, e essa situação me intrigava incrivelmente. Percebi a garota fechando os olhos, abaixando a cabeça cujo cabelo caíra para frente ficando ainda mais desmazelada. Após um suspiro ergueu o rosto, buscando meus olhos e com a face apontou a cadeira que ficava em frente a que ela estava sentada.


(Annie) Eu vou te contar o que lembro .. o começo de tudo, e .. depois precisarei de ajuda. Desculpa Joan, por favor acredita em mim, eu não queria causar nenhum problema para você.. nem para Arthur.


Apesar de ainda estar nervosa, por um instante minha feição se aliviou, eu podia ver que ela estava bastante confusa, que não estava mentindo, e desejei não precisar pressioná-la tanto para se lembrar, porém, ainda sim, se ela desejasse não ser presa, aquilo era necessário.


(Joan) Por favor, do começo...- Concordei com ela, olhando-a nos olhos.



Vincent’s POV


Eu estava muito nervoso, no meio da noite me ligaram contando que Annie Walker estava presa, pela força tarefa de espionagem inglesa, ou MI6 como preferir chamar. Parece que ela tinha um contato em Londres, e esse espião estava intercedendo por ela, desejando trazê-la de volta para América.


Meu chefe Kendal me mandou ligar para o tal agente, para conseguir negociar a extradição.


(Martin) Vincent? Oi, prazer falar com você .. eu estranhei quando prenderam Annie, por sorte estava no meu plantão, digamos assim.


(Vincent) Quero saber qual o preço? Se ela cometeu ato ilegal, a ponto de prenderem-na, preciso saber o que aconteceu.


(Martin) Encontraram ela numa mansão, com várias relíquias de museus, dopada.


(Vincent) Qual o preço? - Falei firme, agora bem nervoso.


(Martin) Consiga um mandado de prisão.. e estaremos enviando-a num jato particular ainda hoje.


(Vincent) Pode deixar conosco.. e obrigado pela parceria.


(Martin) Não precisa me agradecer, faço por Annie. Ela aqui seria maltratada.


(Vincent) Não deixa ninguém tocar nela.


(Martin) Jamais deixaria.


+++


Foi assim que Annie chegou, ela estava ainda sob forte efeito de remédio, ou alguma droga, a prendemos, chamando sua superiora na CIA, por mais que gostavam de brincar que a loira, líder de um Departamento, era advogada.


Annie estava apática, sua chefe com cara que fuzilaria um e eu nervoso. Fiquei do lado de fora da sala, porém, por perto para tentar escutar alguma coisa. Bebericava meu copo de café, tentando me manter acordado.


+++


(Joan) Por favor, do começo..






Capítulo 2:  Libertação


Annie’s POV


Demorei um pouco para falar qualquer coisa que fosse. Eu estava bastante confusa, meu rosto revelava meu medo, estado de choque. Quando Joan entrou na sala, eu senti alívio e preocupação,a primeira sensação, porque ela estava dando a cara a tapa para me salvar, já a preocupação por eu não me lembrar detalhes do que acontecera.  Com a mão que estava sem algemas peguei o copo com água, após um sorriso torto, enfim quebrando silêncio daquela sala de interrogatório.


(Annie) Eu .. estou confusa Joan! Não podemos ir para casa, por favor, diga que sim!


(Joan) Annie...- Ela mantinha os olhos azuis nos meus, me encarando daquela forma intimidadora que naturalmente estava nela. - eu preciso de argumentos, não conseguirei livrá-la...o que se lembra?...Qualquer coisa...


(Annie) O Ben .. ele me procurou .. eu.. não pude negar ajudá-lo.


(Joan) Ben?! - Joan cerrou o punho, parecendo ligeiramente irritada. - Você continua a confiar naquele...- Joan levou a mão na testa, como se pensasse em uma forma de melhor sairmos dali. Inquieta, ela se levantou.


Olhando o nervosismo de Joan, sorri de canto, em seguida encarando-a nos olhos.


(Annie) Eu preciso de você! Me ajuda Joan.. eu, não lembro exatamente o que aconteceu.


Joan me olhou de canto.


(Joan) Eu espero que você não me faça arrepender disso, Annie. Espero que realmente tenha razão. - Joan mostrou que me ajudaria, e caminhou na direção da porta onde Vincent estava, abriu-a, encarando. - Agente Rossabi?...- Pediu para que ele entrasse, afastando a porta. Suas expressões era de desconfiança, mas, ele foi direto.


(Vincent) Vai livrar sua cliente de novo? Já perdi as contas dela estar no meu caminho! Aqueles quadros eram roubados, e tem muito mais, escondido por aí.


(Joan) Você irá livrar minha cliente. - Joan foi direto ao ponto. - Irá livrá-la, porque investigaremos todo o mistério dos quadros. - Olhei na direção de Annie. - Eu e ela, sem ligação com a CIA. - Encarei nos olhos de Vincent. - O que me diz?


Surpresa com a proposta de Joan, percebi que Vincent também não esperava por isso. A proposta dela, era um tanto quanto complexa.


(Vincent) Como farão não me importa .. - Ele se aproximou de mim, tirou do bolso uma chave e abriu algema, me soltando, ainda sentada, esperei que concluísse. - Apenas ache os quadros.


(Joan) Não se preocupe, garanto que eles estarão em suas mãos antes do que possa imaginar. - Joan indicou a porta, me chamando para ir, e antes de deixar a sala fez um sinal de positivo com a cabeça para Vincent, querendo dizer que se veriam em breve.


Joan’s POV:


Seguimos em direção a frente do prédio do FBI, enquanto eu fazia a ligação para que um taxi viesse nos buscar. Permanecemos em silêncio por mais algum tempo, aquela dúvida do que havia acontecido, o mistério, ainda permanecia em minha mente, na tentativa de montar o quebra-cabeça.


(Joan) Você ainda está com seus documentos? - A encarei, e indiquei o taxi amarelo assim que ele parou próximo de onde estávamos.


(Annie) Sim.. - Ela falou o necessário, ainda estava apática e muito confusa. Esperou que eu abrisse a porta do carro, para entrarmos.


Abri a porta, e entrei no carro logo depois de Annie.


(Joan) Então é bom que esteja preparada para um pouco de sol! - Suspirei. Olhando o taxista pelo retrovisor e agora falando com ele. - Aeroporto, por favor!


+++



Por meio de algumas ligações ainda quando estávamos no taxi, consegui um vôo direto de Washington para Los Angeles em um avião particular. Quando estávamos no avião, aguardando levantar vôo, Annie tornou a falar.


(Annie) Como sabe sobre os quadros? Que estão em LA?


(Joan) Você tem sorte de seu namorado contar os seus passos. - A olhei nos olhos. Annie estava na poltrona de frente para a minha. - ...a última notícia que Auggie teve sua, era a de que você estava em Los Angeles investigando a mafia, parece que é um dos destino nos EUA com maior registro de recebimento de obras-primas.


(Annie) Sim, eu sei que tenho sorte! Eu tento ao menos, não ter segredos com ele..e.. sim, Los Angeles, me lembro disso. No Aeroporto encontrei o Ben, até então eu estava no escuro, quero dizer, não sabia quem precisava de mim, achei que fosse você, missão sem registro.


Nego com a cabeça e uma das funcionárias do avião passa com um carrinho, oferecendo bebidas. Aponto para Annie, para que ela escolha antes.


(Joan) Eu não confio em Mercer, Annie. Não me surpreenderia se isso tudo fosse uma armadilha...- Digo em um tom um pouco mais baixo.


Annie apontou para a garrafa de água e logo em seguida eu apontei para o suco de laranja, assim a moça poderia servir e nos deixar a sós.


(Annie) Bingo! Acho que era armadilha.. porque ele me deixou sozinha. - Annie respondeu de um jeito desanimado - Agora concordo que não podemos confiar assim, em todo Mundo.


Tomei um gole do suco de laranja.


(Joan)...Para onde vocês foram?...Você se lembra?...Onde ele te deixou?


(Annie) Nós estávamos com os olhos vendados! É assim que ele .. Joan, acho que me lembro agora vagamente de irmos numa tenta oriental, nos fundos da casa.


Parei por um instante de falar, ponderando o que Annie me contava.


(Joan) Annie...vou pedir agora, que nessas poucas horas de vôo, que temos até Los Angeles, que tente relaxar...tente se lembrar de qualquer detalhe. Quando chegarmos no hotel, eu lhe mostrarei algumas fotos de suspeitos, a partir daí, seguiremos as suas lembranças e as poucas pistas que nos sobraram. Mas o que peço é, que nada...nada do que acontecer nessa viagem pode chegar ao conhecimento da CIA ou de ninguém de lá...nem mesmo Auggie, para todos os parâmetros, essa missão, não existe.



Capítulo 3: Missão X Espionagem





Annie’s POV:


Los Angeles, atualmente.


Após um delicioso e relaxante banho, encarei Joan que estava sentada na poltrona me esperando. Na mesa umas pastas, que deduzi ser as fotos que ela queria que eu visse. Ainda bem confusa, mas menos apática, olhando nos olhos da minha chefe e falando enfim.




(Annie) Eu me neguei fazer o que Ben pediu .. mas ele disse que voltaria para D.C., inclusive, que faria mal a Auggie. Joan .. eu lembro o que aconteceu!


Joan abaixou todas as fotografias que tinha em mãos com minha confissão. Puxou a cadeira que estava ao seu lado, me chamando para sentar.


(Joan) O que aconteceu, Annie?...- Sua voz tinha esperança de que tudo seria resolvido ainda mais rápido do que ela imaginava. Annie me olhou novamente, em seguida se aproximou sentando no braço da poltrona onde eu estava, ela sorriu, e começou a explicar.


(Annie) Ele...Ben me fez usar minha credencial do Smithsonian para transportar as obras. Me usou sem que eu percebesse. Tinha me convencido que aquelas obras eram cópias, e ele precisava delas, quando cheguei com os objetos aqui em LA, ele me levou nesse lugar estranho, oriental. É uma mistura de boate com algo religioso .. eu .. sei que, tomei um chá, e ao acordar FBI estava apontando a arma para mim, pessoas ao meu redor estava todas mortas.


(Joan) Um chá?! - Joan repetiu, achando aquilo um absurdo. - Não bastasse toda a confusão do passado, aquele canalha ainda é capaz de te dopar. Sinceramente, Annie, eu não sei quem consegue ser mais azarada em relacionamentos, eu ou você, mas...de qualquer jeito, precisamos descobrir para quem Ben está trabalhando....acabar com essa máfia...e...- Joan fez uma pausa, com os olhos ainda nos meus. -...em seguida desmascarar Mercer. Eu não deixarei ele passar em branco desta vez.


(Annie) Uau.. agora você disse tudo, vamos nos vingar!


Joan espalhou na mesa algumas imagens.


(Joan) Todos estes homens tem pontos em comum, são importantes empresários, têm acesso à grandes exposições, e se dizem admiradores das artes,....e...são todos antigos suspeitos  da CIA...algum deles você reconhece da sua estadia em Los Angeles? Algum nome é familiar?! - Todas as fotos colocadas na mesa continham uma tira com o nome, ou ao menos uma das identidades, dos suspeitos.


Olhei para as imagens, mordendo levemente meu lábio ao apontar.


(Annie) Conheci esse por cobra, porque ele de fato tem uma cobra tatuada no pescoço.. esse também estava, Leon.


Joan afastou as duas imagens que eu havia apontado e ligou o notebook. Enquanto o sistema iniciava, ela suspirou.


(Joan) Ambos residentes de Beverly Hills...por que isso não me surpreende?! - Ela acabou sorrindo de canto. - Você não chegou a ver nenhuma identidade do local onde foi? A boate diferente...


(Annie) Não! Na verdade tudo foi bem rápido! Muito.. Joan, Ben está morto.


As mãos de Joan pararam de digitar no teclado do notebook no mesmo instante, como se tivessem congelado e ela levantou os olhos para mim.


(Joan) Como assim ele está morto, Annie? Não foi ele que a dopou? Não foi isso...que você disse?


(Annie) Eu.. estou confusa, Joan, desculpa! Eles mataram Ben na minha frente. No começo era para ser diferente do que aconteceu, as coisas saíram do rumo. Ben precisava de uma esposa, e me chamou dizendo que era uma missão para Arthur, acabei aceitando. Quando chegamos na boate, com os quadros roubados.. Um cobra matou Ben diante de mim, tentei impedir, soquei ele, mas … me obrigaram tomar o chá, pensei ser veneno, mas apenas dormi. E ao acordar polícia tava lá e pessoas mortas.


(Joan) Uma missão para Arthur?...você acha que realmente era isso?! - Ela perguntou, parecia realmente não ter certeza, mas claro que se fosse verdade, as rotas finais mudariam um pouco, possivelmente uma investigação a respeito de Arthur Campbell, como Henry sempre insistira, fosse necessária. -...o Cobra...aqui com o nome de Mike Shwartz...- Joan apontou o nome que ele trazia na foto que eu identificara. -...é empresário de casas noturnas no estado da Califórnia...possivelmente ...um destes três endereços em Los Angeles, tenha sido o que você esteve...- Ela virou o notebook para que eu pudesse ver a ficha do homem.


Passando os olhos silenciosamente, depois de alguns segundos, apontei a tela.


(Annie) É aqui que iremos hoje, e se prepara para ser minha namorada, nessa boate só entra casais, por isso Ben precisou de mim, digamos, assim!


Joan acabou sorrindo pela minha astúcia em já traçar um plano.


(Joan) Se prepare para dizer então o quão imensamente felizes nós estamos com a chegada do nosso primeiro filho, porque vão comentar...- Joan acabou brincando, levando uma das mãos ao abdome levemente proeminente de quatro meses.


Sorri de canto adorando a forma que ela falava, instantâneamente minha mão foi para cima da dela, que estava na barriga, sussurrando.


(Annie) Você não vai beber nada .. por favor! Eles são loucos, recuperaremos os quadros, quando tivermos certeza que estão mesmo lá.. chamando Vincent, que acha? Ou até a polícia local, é isso, denuncia anônima.


Joan sorriu de canto pela forma protetora com que eu havia falado e me encarou.


(Joan) Não se preocupe, não tomaremos nenhum passo precipitado, nem bebida de procedência desconhecida...vamos lá para ter a certeza! - Ela me garantiu, tendo tranquilizar a situação.



Capítulo 4:  Luz, câmera, ação




Joan’s POV:


Como eu havia prometido antes a Annie, não nos arriscaríamos demais. Nosso plano era ir até a tal boate e identificar os dois suspeitos, Mike Shwartz, também conhecido como Cobra e Leon. Uma vez identificados, nosso próximo passo seria contatar a policia e o resto ficaria a cargo do FBI...mas, é claro que em uma missão, nada é tão simples assim, tão pouco ocorre como nós esperamos...


Free Club, Hollywood Blv., LA, Califórnia.




Eram por volta das onze da noite quando chegamos em frente a boate de alto padrão, localizada em um dos melhores pontos de Los Angeles. A enorme fila constatava o que já esperávamos, a grande quantidade de dinheiro que estava envolvida. Como Annie já havia me informado, apenas casais adentravam a boate, e ao passo, de tartaruga, que aquela fila ia andando, segurei um pouco mais forte na mão de Annie para chamar sua atenção.


(Joan) Algum conhecido?! - Sussurrei para ela, e apesar de ter tom de preocupação, mantinha um sorriso no rosto, seguindo a animação dos outros presentes ali.


(Annie) Não .. ainda não vi nenhum, que me lembre! - Ela sussurrou em resposta da mesma forma que eu havia feito.


Alguns minutos depois, era nossa vez de dar entrada ao local. Na porta, a recepcionista se mantinha com uma lista em mãos, enquanto um segurança de, provavelmente, uns dois metros de altura garantisse o bom andamento da noite. A recepcionista nos encarou.


(Recepcionista) Sobrenome...- Seus olhos se mantinham na folha presa a prancheta que ela segurava. Rapidamente procurei os olhos de Annie, não havia se quer pista de como poderíamos ter conseguido lugar na lista, na verdade, eu não imaginava se quer que havia uma lista.


(Joan) Ouuuu! Cherie...- Encarei Annie, carregando no sotaque em francês. -...A lista..nós não...- Mantinha a posição de turista com um inglês bastante precário, enquanto voltava a encarar a moça. - Madam, é...nossa última noite em Hollywood....amanhã estarrrremos, voltando parrra nossa Paris....


A mulher levantou nos olhos nos encarando, mas ainda aparentava má vontade em estar ali.


(Recepcionista) Então eu sugiro da próxima vez que retornarem aos EUA, que coloquem o nome na lista dos lugares onde querem  ir. Próximo...- Ela olhou por cima de nossos ombros, e mais uma vez troquei olhar com Annie.


(Joan) Mas madam,....não irrremos, se querr ficarr muito...só um pouquito, si?! -  A esta altura eu já havia cometido um dos erros mais comuns dos turistas, não misturar apenas a língua do país com a nativa, e sim mais uma segunda língua, no caso o espanhol. - Nós....- Ok, aquela mulher não nos deixaria entrar ali tão fácil, então só me restaria apelar. Abri a boca para tentar mais uma vez, mas desta vez, me surpreendendo, Annie interrompeu.


(Annie) Boa noite, somos Smith, casal Smith que está anotado bem aí na sua lista. - Ela falava de forma pausada enquanto tirava da bolsa o crachá do museu Smithsonian. Na mesma hora o segurança que estava distante se aproximou olhando Annie nos olhos, e sussurrar algo para recepcionista. Ela apontou a entrada, para mim e Annie.


Seguimos por um corredor bastante escuro, até desembocarmos de fato na festa. Como Annie havia me descrito ainda no hotel, a decoração era completamente oriental, com diversas luminárias de papel, responsáveis pela baixa iluminação e imagens de deuses pelas paredes. No chão, tapetes trabalhados a mão traziam ainda cores ao local. Caminhamos em meio as pessoas, até encontrar um local um pouco mais calmo, próximo ao bar onde existia uma fila de pessoas para alugar narguiles. Encarei Annie, só então quebrando o silencio que havia se estabelecido até chegarmos lá.


(Joan) Como você fez isso? Como conseguiu entrar ao mostrar o crachá? - Perguntei com curiosidade, me surpreender não era algo muito comum, mas Annie havia de fato conseguido.


(Annie) Fiz da mesma forma que Ben fez na outra ocasião e.. Ei Joan, vamos dançar vem eu adoro essa música, e temos que disfarçar mesmo. O segurança nessas alturas já falou com o Cobra, e, ele virá atrás de nós! Possivelmente, se tivermos dançando no meio da pista, ele não fará nada, não vai querer chamar atenção, correto? Misturar é a melhor ideia do momento.


Olhei ao redor, e aparentemente nenhum dos nossos suspeitos estavam a vista. Encarei Annie novamente, e acabei rindo com a música que começara, a melodia mais lenta e calma, e estiquei a mão na direção dela, querendo dizer que aceitava aquela dança.


Annie’s POV:


Como da primeira vez eu estava no interior da boate, sabia que Cobra estaria por ali, porque essa boate era sua favorita. A ideia de entrar usando o crachá me veio na mente enquanto Joan tentava, mostrando que era francesa, conseguir que a recepcionista nos liberasse a passagem. Me mantive cautelosa, aos poucos minha memória estava voltando, Ben acabou me usando, porque ao dizer que eu era do Smithsonian, do setor de aquisição, era um disfarce perfeito para o contra bando das peças importantes. A polícia local e FBI estavam do lado de fora, misturados no povo, outros dentro de furgões, a espera do nosso “sim”.


Joan esticou a mão em minha direção e estava tão linda, tão radiante, que inclusive, quase falei que a gravidez estava fazendo-a ficar ainda mais bonita. Me contive, querendo ou não, ela ainda era minha chefe na CIA. Dançamos umas quatro músicas seguidas, quando sussurrei em seu ouvido.


(Annie) Acho que é hora de falar na escuta, para que eles .. invadam!


Posso dizer que da primeira dança para a última, Joan parecia bem mais confortável agora nos nossos passos de dança, tanto que após meu sussurro, ela demorou alguns segundos para se dar conta do que eu falava, como se por aquele instante tivesse se perdido nos próprios pensamentos. Seus olhos azuis encararam aos meus.


(Joan) Você os viu? - Ela indagou apenas mexendo os lábios, sem som algum.


Acariciando o rosto dela, afinal o disfarce era que a gente namorava, sorrindo acenei com rosto, querendo dizer que sim, havia visto todos eles, inclusive, me lembrado de tudo que acontecera, na vez que mataram Ben.



Capítulo 5:  Fim da linha



Joan’s POV:


Por alguns instantes eu havia me desligado de todo aquele ambiente, analisara mentalmente o que havia sucedido essa viagem, missão, e as consequências que ela traria no futuro. Quando Annie sussurrou em meu ouvido, pedindo que eu contatasse a polícia local e o FBI que estavam nos aguardando do lado de fora da boate, quase de imediato o fiz por meio da escuta. Não havia tempo para perguntas, ao menos não ali dentro. Rapidamente meus olhos captaram nossos dois alvos e foi questão de segundos para a polícia invadir o local, causando um verdadeiro tumulto. Em meio clientes da boate, empresários envolvidos no crime e funcionários do local, o melhor a fazer era sairmos de cena, uma vez que nossa entrada na boate não foi totalmente despercebida. Apontei na direção da porta dos fundos da casa noturna.


(Joan) Vamos...por...ali! - Indiquei, segurando a mão de Annie e trazendo-a comigo.


Annie’s POV:


Quando entramos tentei relaxar chamando Joan para uma dança, nada melhor para disfarçar numa missão, se misturando com as pessoas. Meus olhos percorriam pelo salão e em cada corredor, tentando encontrar os rostos conhecidos, da quadrilha. Joan parecia bastante surpresa, porém, chamou a polícia assim que eu deu a deixa. Em meu campo de visão, encontrei vários homens que estavam comigo e Ben, pegando os quadros. Acariciando rosto de Joan, devagar, sentindo sua pele macia, sorri e acenei dizendo que sim, quando me chamou para sair.


A polícia gritava para dizer que estava invandindo, as pessoas corriam, assustadas sem entender, enquanto percebi Cobra tentar fugir pelos fundos, segurando a mão de Joan, fui conduzindo-a pelos corredores, para sairmos pela saída de emergência.


Chegando numa sala, que tinha saída de emergência, apontei indicando.


(Annie) Aqui tem uma escada .. me lembro, a saída!


Joan nem teve tempo de responder nada, em frente a mim o segurança que estava na porta de entrada, ele me deu um soco me fazendo cair, impedindo que eu e Joan saíssemos.


Joan’s POV:


A barra parecia estar limpa, parecíamos estar prestes a deixar aquela casa noturna, já que Annie parecia se lembrar como andar naqueles inúmeros corredores que mais pareciam uma série de labirintos. Parecia..., se lembra quando eu disse que em missões nada é tão fácil quanto parece?! Exatamente, o segurança surgiu em nossa frente, aquele mesmo que havia permitido nossa entrada no local.


(Segurança) Ninguém em Los Angeles é legal de graça...- Ele alertou, ao golpear Annie com um soco.


Annie cambaleou para trás, e de relance puder ver que seu rosto sangrava. Não deixaria aquilo barato. Encarei o segurança nos olhos, e quando ele partiu para me interromper também, segurei em ambos os braços dele, puxando-o um pouco para baixo, imobilizando-o e golpeando seu diafragma com meu joelho. Foi a vez do segurança cambalear, com a dificuldade de respirar, enquanto corri até Annie e a ajudei se levantar para sairmos logo dali.


(Joan) Esses californianos são muito abusados! - Brinquei, mas na tentativa de me acalmar, porque estava bastante preocupada com ela. Quando empurramos a porta, nos livrando finalmente das dependências daquele lugar, voltei a indagar. -...você...você está bem?! - A encarei nos olhos, eu tinha os batimentos cardíacos levemente acelerados, mas mesmo depois que já estávamos na estrutura que os policiais haviam montado do lado de fora, eu ainda sim não havia sido capaz de soltar a mão de Annie.


(Annie) To bem.. apesar .. que ele quebrou meu nariz. - Ela falou e depois riu, mostrando que brincava, tocando seu nariz de fato, tentando estancar o sangue. - Vamos para casa?
Acabei sorrindo com a brincadeira que Annie fizera, meus olhos percorreram  o arredor. Logo a nossa frente, bandido a bandido ia sendo retirado da casa noturna algemado, parecia tudo bem maior do que Leon e Cobra, era uma verdadeira máfia. Impossível era não ver as expressões de surpresa de Leon e Cobra, ao identificarem que Annie não era mais um deles, e sim, estava do outro lado.


Concordei com a cabeça, beijando a testa de Annie.


(Joan) Vamos para casa!




2 comentários:

  1. OHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, esse "Vamos pra casa" final me deu um treco aqui dentro. SEi lá...ok, vou recomeçar guinchando? ADOREI

    "(Joan) Se prepare para dizer então o quão imensamente felizes nós estamos com a chegada do nosso primeiro filho, porque vão comentar...- Joan acabou brincando, levando uma das mãos ao abdome levemente proeminente de quatro meses."

    ----> LOOOL, adorei a ideia, ser uma missão com Joan e Annie lado a lado infiltradas na máfia! E foi lindo ver elas assim nessa cumplicidade.

    ^_ ^


    "Encarei o segurança nos olhos, e quando ele partiu para me interromper também, segurei em ambos os braços dele, puxando-o um pouco para baixo, imobilizando-o e golpeando seu diafragma com meu joelho." Go Joan Go Joan!

    Adoreiiii, e meu Deus, que capa mias MARA minha chapa!!

    Parabéns meninas, adorei adorei adorei! 5*

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    1. Joan e Annie juntas uau, né? Realmente sem palavras para definir, melhor não definir e apenas "babar" nelas.

      Se prepara para outras missões dessas duas aí, já que Annie aos poucos está crescendo na CIA, ganhando espaço!!!]

      Até aqui pegando citações obaaa hoho Show.com

      Bjs

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